Conversei com uma aluna de alfabetização que iniciou este ano na escola, essa senhora nunca tinha frequentado a escola, ela veio do interior do estado´é de uma família de analfabeto, veio morar no Imbé quando se casou, ela relatou que quando morava com sua família na lavoura, saber ler, não fazia muita diferença para ela, mas quando mudou-se, viu como era difícil não saber ler.
Quando ficou grávida e teve que fazer o pré-natal, seu marido levava ao médico, pois tinha medo de pedirem alguma informação ou dar algo para ler e ela não saber.
Andar de ônibus foi muito difícil, pois tinha que perguntar sempre para alguém o que estava escrito na placa.
Mas tudo ficou pior quando seus filhos já maiores, e separada tendo que trabalhar, e acabou sendo dispensada por não ter escolaridade.
Então um dia minha irma mais nova que é sua amiga ensinou ela a escrever seu nome, ela ficou muito feliz.
Perguntei a ela o que ela sabia quando começou a estudar:
Ela me respondeu que sabia algumas letras, sabia fazer alguns cálculos, mas não sabia que tina que ir juntando as letras pra saber ler.
Pude perceber que agora já sabendo ler com algumas dificuldades,ela se sente fazendo parte do mundo letrado do mundo da leitura.
O texto da Hara ( Alfabetização de adultos: Ainda um desafio), fala destas pessoas que se sentiam dependentes por não saber ler e depois da alfabetização conquistaram sua autonomia.
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